Aconteceu comigo: O Crachá

O primeiro da série:  Aconteceu Comigo
Estava comendo meus cereais matinais numa tigela, sem reparar muito no resto; era 6:30 da Manhã e eu tinha que ir trabalhar. Lembrei que eu tinha trocado de lugar com a Juliana, a garota que fica no Caixa, portanto eu teria que tirar um crachá para colocar na roupa que nem aqueles de festa de criança. Fiquei com um mau-humor pior do que o normal. Um mau-humor Triplo: Stress natural + Stress de manhã + Stress de Segunda-Feira, ou seja, uma irritação pavorosa para qualquer Ser-Humano na Terra, menos o Hulk. E você se pergunta: "Porque tanto mau-humor? Só por causa de um cracházinho bobo? Um detalhe irrelevante preso na sua camiseta?" E eu respondo: Não. Porque eu odeio tirar foto. É aquela Síndrome que faz você ficar com cara de besta na hora de bater a foto. E pior no Crachá, porque você é obrigado a usar aquele negócio com aquela foto, preso na sua camiseta o dia tempo todo. Eu lá, fiquei falando sozinha o tempo inteiro, e nem percebi que o meu cereal tinha acabado e que eu estava pegando colheradas cheias do mais puro ar, e engolindo elas. Levantei-me da cadeira, e fui trocar de roupa pra ir pra Livraria. Quando cheguei no meu guarda-roupa, olhei pra ele, com uma Cara de Paisagem, e fiquei indignada. Tive a sensação de que eu só tinha aquelas minhas roupas que estavam ali. Que eu usava a mesma calça de lavagem escura, a mesma camisa e o mesmo cabelo, nada demais. A Livraria não é muito rigorosa, ela não tem uniforme, só obriga a gente a usar crachá e um bottom da 'insígnia' dela. Eu resolvi ignorar isso e ficar que nem uma chilena ou uma africana, ou as duas juntas, só pra mudar. Fiquei com uma roupa parecidíssima com o uniforme das garotas do RBD. Saia xadrez de prega, camisa preta com gravata azul e uma bota coturno de cano alto e cadarços grossos. Fiquei me sentindo uma idiota, e ao mesmo tempo, me sentindo bem. Fui pra lá de busão, e eu tenho um pouco de dislexia, o que me faz enxergar com dificuldade. Mesmo usando óculos,eu vejo feito uma pessoa com os olhos vendados, trancado uma sala cheia de espelhos. Fiquei pensando tanto em chegar logo lá e ter que tirar uma foto horrenda, que eu cheguei em menos de um minuto mental; o que me fez ficar com calafrios e tonturas. Abri a porta rolante dos empregados, e subi as escadas rolantes( ou peguei as escadas?), e cheguei na recepção, onde eu a Kátia( Onde Apelidamos ela carinhosamente de Kátchaça, por causa de sua bela barriga de cerveja) Tivemos uma conversa estupenda:
Eu: D. Kátia, eu vim aqui para fazer o crachá(Eu falei a palavra 'Crachá' Como alguém diria ''Suco de Brócolis'' ou ''Queijo podre''...)
Kátia: Olha, eu particularmente não se de nada, só sei que eu não estou aqui. Se vira, torrada! huá ahahah. (a voz dela é esganiçada, a risada dela é pavorosamente do Mal, ela me chama de torrada, sei lá por quê, e ela tem a síndrome do Maluf, como podem ver.)
Eu: Sabe quanto custa o Milk-Shake lá em baixo? Tô com uma fome danada!
Kátia: Olha, antigamente era 1,99 a taça, que nem um prato de torradas.
Eu: Só isso?
Kátia: Alô, Livraria Saraiva, o que deseja? (Me ignorando completamente)
Fui para a sala de crachás, e sentei no banquinho pra tirar foto. Eu enretei a coluna, fechei a cara, e arrumei meus braços, como uma foto de uma típica executiva, até que a mulher me disse " Pode Fazer pose, ultimamente as garotas e os garotos estão fazendo poses para a foto." Eu pensei bem no caso, e fiz um \/ com os dedo indicador e o médio, do lado do meu rosto, fiquei de pé, e, pela primeira vez na história dos meu crachás, e talvez de mais algumas pessoas, eu sorri para a foto. A mulher tirou a foto, e eu olhei quando ela terminou de colocar no modo de crachá. Fiquei com uma cara de besta, com os dedos tortos... Coloquei aquele negócio temido na camisa e saí pra atender meus clientes. Não fiquei feliz nem nada com o meu crachá estranho, ou com a minha roupa, e tal, mas me senti melhor usando uma roupa diferente, um crachá com pose.
PS: Eu realizei o meu sonho de fazer chifrinho na Kátia, :) UHUUUL!!